terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Histórias que ensinam

Ontem, atestei aquela história de que devemos tomar bastante cuidado com o que falamos.  Já com o que não dizemos, devemos ter um cuidado ainda maior!

Saí do trabalho padecendo de fortes dores na coluna e em estado febril grave. Mesmo enferma, não pude deixar de me envolver com a conversa que se desenrolava ao meu lado. Acredito eu, que tratava-se de mãe e filha, cujos pais eram separados. 

A pequena menina tagarelava bem alto e com muitas gargalhadas contava sobre o final de semana ao lado do pai. Aparentava ter seus 9 ou 10 anos, era bem articulada, o que me chamou a atenção. Percebi que sua mãe apenas ouvia quieta e com sorriso no rosto as belas histórias da mocinha. 

Foi involuntário, parar e prestar atenção ao que diziam. 
A doce menina contava que o pai lhe fez um pedido, cujo teor seria visitar a madrinha que há muito tempo manisfestava o desejo de passar o dia com ela e que por conta da separação o encontro estava difícil. 


A pequena prosseguia contando sobre o quanto foi sacrificante ficar ao lado da madrinha e de como ela era insuportável. Falava sobre seus tri jeitos e até da roupa que ela usava. Insistia dizendo que os abraços recebidos por ela eram falsos e o quanto era lastimável aquele ser. Contava que fez tudo direitinho... 


"Mamãe, eu abracei e disse a ela que também estava morrendo de saudades!!"


 Fiquei chocada com que ouvi, neste momento a expressão da mãe da garota permanecia da mesma forma de antes, ou seja, continuava sorridente.


Noutro momento falavam sobre o tio ( marido da madrinha), riam do cabelo do rapaz e do quanto elas o achavam ridículo. Logo o rasteiro ar de felicidade transformou em longas gargalhadas, para minha surpresa.


Entre as estações do metrô e os momentos de reflexão, a mãe interrompia ansiosamente e perguntava: Que mais? E a menina contava... E a mãe novamente... Que  mais? 
Isso durou até a estação Inhaúma.
Graças à Deus desci! Estava muito pior do que entrei.
Fiquei perplexa em assistir a tudo aquilo.
Aonde vamos chegar?
Uma menininha tão pequena, já desprovida de amor pelo próximo. 
A mãe um ser mais monstruoso ainda, incentivando a pobre menina a ter esse comportamento péssimo, onde a base é a dissimulação.


Aproveitei o ensejo para dar uma palestra aqui em casa. 
OBS: Se existissem mais mães palestrantes talvez o mundo estivesse melhor!

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